Questão de Primeiro Lugar
- Pare de ser tão competitiva! - Elena falou se admirando em uma roupa minha, em frente ao espelho do meu quarto.
- Eu não sou competitiva. - rebati - Eu só não gosto muito de segundo lugar, de alguém melhor que eu.
- Mas isso sempre vai ter, em qualquer lugar. A vida por si só já é uma competição.
- Elena, eu já disse que não se trata de competição. Eu só quero ir melhor dessa vez. - confessei mordendo o lábio.
- Cris, entenda que desde que somos pequenos espermatozóides, apostamos uma corrida e vencemos. Nós, entre milhares. Já somos campeões e não tem porque competir por mais coisas na vida se já vencemos a mais importante, se já conseguimos o posto que ninguém nunca poderá tirar de nós. A vida. Então vamos lá, ânimo! - ela me incentivou. Ela havia vindo em casa me buscar para uma festa que estávamos planejando ir fazia tempo.
- Não vou te convencer mesmo a me deixar aqui estudando? - ela me olhou rindo e fez que não com a cabeça.
- Já escolhi até sua roupa. - ela me jogou um vestido preto que eu só havia usado uma vez. - Vai ficar perfeito em você.
- Lógico que vai... É meu né. - resmunguei vestindo a peça de roupa.
-Sabe quem vai estar lá? - ela perguntou com claras segundas intenções. Eu arqueei uma sobrancelha e dei um sorriso de canto. - O Lian. Hm, será que hoje rola? Ele confirmou no facebook.
- Não quero saber. Vamos?
Lian era um garoto que eu "pagava pau" na escola. Era simplesmente lindo, mas bom demais para mim. Bom, eu achava isso pelo menos. Éramos de mundos diferentes. Eu era meio maluca mesmo.
Foi só chegar na festa para Elena começar a se entupir de bebidas e por mais que a impedisse, ela continuava e ainda me chamava de careta. Ficava repetindo que eu deveria me divertir e depois ela subiu pro quarto com um menino que ela nunca tinha visto na vida dela. Só então eu fui pegar um pouco de Jim para eu beber. Sentei em um sofá olhando para as pessoas ao meu redor. Todas bêbadas e curtindo adoidado e fiquei penasando em como tudo aquilo era tão passageiro e em como eles acordariam amanhã cheios de dores e sem lembrar quase nada, fiquei pensando "o que valia a pena nisso tudo? ". Foi quando Lian sentou do meu lado e deitou nas minhas pernas me pegando totalmente de surpresa.
- Primeiro copo de bebida. Nenhum menino. Nenhuma briga. Nada de drogas. Veio fazer o que aqui? - ele perguntou. Estava com um hálito forte de bebida, mas ele não estava bêbado. Não caindo pelo menos.
- Só vim me distrair um pouco.
- Quer ajuda pra se distrair? -ele ofereceu, mas apesar da pergunta ter dupla interpretação, o modo que ele falou fez com que eu compreendesse que não havia segundas intenções ali.
- Vai me oferecer algo pra beber? Ou só drogas mesmo? - ele soltou uma gargalhada maravilhosamente encantadora.
- Eu não uso drogas e já bebi o bastante por hoje. Só vou te chamar pra ir pro telhado comigo, quer ir? - eu o olhei por um tempo e depois concordei. Melhor do que ficar sentada sem fazer nada.
Ao chegarmos no telhado, perdi o ar. Nem era pela vista, até porque a vista não tinha nada demais, era pelo telhado em si. Telhado esse repleto de flores, e bancos e uma pequenina cobertura pras flores, tinha lampiões de luzes coloridas e eu estava impressionada.
- Que lindo!
- É não é? Esse foi o último trabalho do meu pai antes dele morrer. - Lian falou indo sentar-se em um dos bancos. Eu o segui.
- Então essa casa é sua? - perguntei outra vez surpresa.
- É sim.
- E o que eu estou fazendo na festa do senhor Lian Park?
- Eu dou festas todo mês. E sempre convido todo mundo, mas excluindo os meus amigos e o time da escola, ninguém sabe que sou eu quem mora aqui.
- Entendido. Hm, eu não sabia que seu pai tinha morrido. - ele olhou para mim.
- Você acha que só porque sou popular todo mundo sabe da minha vida? - balancei a cabeça concordando - Você está enganada. Mas enfim, meu pai morreu ano passado, fui no período que fiquei três semanas ausente, foi difícil lidar com a perda.
- Ah sim, eu me lembro. Para todos você foi vítima de uma virose.
- Para todos que não sabiam, né? Mas estou melhor agora. Não muito. Mas estou.
- Fico feliz.
- Já lidou com perdas?
- Meu irmão mais novo morreu. Está sendo difícil para toda a família, então eu só sinto a dor no papel. Pra não deixar que a dor me torne escrava.
- Recentemente né? - só concordei. - Vamos mudar de assunto?
- Pode ser.
- Você não queria vir hoje?
- Não. Tem uma menina na minha sala, que por pura sorte, se deu melhor em uma prova do que eu. Eu queria estudar pra prova da semana que vem e conseguir me sair melhor.
- Estuda semana que vem, oras!
- É importante pra mim ir bem, agradar, destacar. E que seja um defeito, mas isso de mim ninguém vai mudar. Sem contar que perdi uma coisa muito importante e tinha que procurar com urgência.
- Hm. Mas sabe, ser competitiva não faz bem.
- Para mim Lian, o que não faz bem é segundo lugar. - ele riu.
- E você acha que merece estar no primeiro?
- Claro que sim! Se eu me esforço mais, me dedico mais, é claro que eu mereço.
- Ta né. E essa coisa que você perdeu? - eu o olhei em busca de alguma coisa que confirmasse que eu poderia confiar nele. E eu encontrei a sinceridade no olhar.
(... ) continua na história "Palavras pra você".
- Eu não sou competitiva. - rebati - Eu só não gosto muito de segundo lugar, de alguém melhor que eu.
- Mas isso sempre vai ter, em qualquer lugar. A vida por si só já é uma competição.
- Elena, eu já disse que não se trata de competição. Eu só quero ir melhor dessa vez. - confessei mordendo o lábio.
- Cris, entenda que desde que somos pequenos espermatozóides, apostamos uma corrida e vencemos. Nós, entre milhares. Já somos campeões e não tem porque competir por mais coisas na vida se já vencemos a mais importante, se já conseguimos o posto que ninguém nunca poderá tirar de nós. A vida. Então vamos lá, ânimo! - ela me incentivou. Ela havia vindo em casa me buscar para uma festa que estávamos planejando ir fazia tempo.
- Não vou te convencer mesmo a me deixar aqui estudando? - ela me olhou rindo e fez que não com a cabeça.
- Já escolhi até sua roupa. - ela me jogou um vestido preto que eu só havia usado uma vez. - Vai ficar perfeito em você.
- Lógico que vai... É meu né. - resmunguei vestindo a peça de roupa.
-Sabe quem vai estar lá? - ela perguntou com claras segundas intenções. Eu arqueei uma sobrancelha e dei um sorriso de canto. - O Lian. Hm, será que hoje rola? Ele confirmou no facebook.
- Não quero saber. Vamos?
Lian era um garoto que eu "pagava pau" na escola. Era simplesmente lindo, mas bom demais para mim. Bom, eu achava isso pelo menos. Éramos de mundos diferentes. Eu era meio maluca mesmo.
Foi só chegar na festa para Elena começar a se entupir de bebidas e por mais que a impedisse, ela continuava e ainda me chamava de careta. Ficava repetindo que eu deveria me divertir e depois ela subiu pro quarto com um menino que ela nunca tinha visto na vida dela. Só então eu fui pegar um pouco de Jim para eu beber. Sentei em um sofá olhando para as pessoas ao meu redor. Todas bêbadas e curtindo adoidado e fiquei penasando em como tudo aquilo era tão passageiro e em como eles acordariam amanhã cheios de dores e sem lembrar quase nada, fiquei pensando "o que valia a pena nisso tudo? ". Foi quando Lian sentou do meu lado e deitou nas minhas pernas me pegando totalmente de surpresa.
- Primeiro copo de bebida. Nenhum menino. Nenhuma briga. Nada de drogas. Veio fazer o que aqui? - ele perguntou. Estava com um hálito forte de bebida, mas ele não estava bêbado. Não caindo pelo menos.
- Só vim me distrair um pouco.
- Quer ajuda pra se distrair? -ele ofereceu, mas apesar da pergunta ter dupla interpretação, o modo que ele falou fez com que eu compreendesse que não havia segundas intenções ali.
- Vai me oferecer algo pra beber? Ou só drogas mesmo? - ele soltou uma gargalhada maravilhosamente encantadora.
- Eu não uso drogas e já bebi o bastante por hoje. Só vou te chamar pra ir pro telhado comigo, quer ir? - eu o olhei por um tempo e depois concordei. Melhor do que ficar sentada sem fazer nada.
Ao chegarmos no telhado, perdi o ar. Nem era pela vista, até porque a vista não tinha nada demais, era pelo telhado em si. Telhado esse repleto de flores, e bancos e uma pequenina cobertura pras flores, tinha lampiões de luzes coloridas e eu estava impressionada.
- Que lindo!
- É não é? Esse foi o último trabalho do meu pai antes dele morrer. - Lian falou indo sentar-se em um dos bancos. Eu o segui.
- Então essa casa é sua? - perguntei outra vez surpresa.
- É sim.
- E o que eu estou fazendo na festa do senhor Lian Park?
- Eu dou festas todo mês. E sempre convido todo mundo, mas excluindo os meus amigos e o time da escola, ninguém sabe que sou eu quem mora aqui.
- Entendido. Hm, eu não sabia que seu pai tinha morrido. - ele olhou para mim.
- Você acha que só porque sou popular todo mundo sabe da minha vida? - balancei a cabeça concordando - Você está enganada. Mas enfim, meu pai morreu ano passado, fui no período que fiquei três semanas ausente, foi difícil lidar com a perda.
- Ah sim, eu me lembro. Para todos você foi vítima de uma virose.
- Para todos que não sabiam, né? Mas estou melhor agora. Não muito. Mas estou.
- Fico feliz.
- Já lidou com perdas?
- Meu irmão mais novo morreu. Está sendo difícil para toda a família, então eu só sinto a dor no papel. Pra não deixar que a dor me torne escrava.
- Recentemente né? - só concordei. - Vamos mudar de assunto?
- Pode ser.
- Você não queria vir hoje?
- Não. Tem uma menina na minha sala, que por pura sorte, se deu melhor em uma prova do que eu. Eu queria estudar pra prova da semana que vem e conseguir me sair melhor.
- Estuda semana que vem, oras!
- É importante pra mim ir bem, agradar, destacar. E que seja um defeito, mas isso de mim ninguém vai mudar. Sem contar que perdi uma coisa muito importante e tinha que procurar com urgência.
- Hm. Mas sabe, ser competitiva não faz bem.
- Para mim Lian, o que não faz bem é segundo lugar. - ele riu.
- E você acha que merece estar no primeiro?
- Claro que sim! Se eu me esforço mais, me dedico mais, é claro que eu mereço.
- Ta né. E essa coisa que você perdeu? - eu o olhei em busca de alguma coisa que confirmasse que eu poderia confiar nele. E eu encontrei a sinceridade no olhar.
(... ) continua na história "Palavras pra você".
Comentários
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Olá! Seja gentil e educado por aqui, ok? ;)