Narrativas da cidade

 A woman's silhouette looking out into the city during sunset at the Tokyo Skytree


      Provavelmente todos os adolescente nessa fase da vida "criança e adulto" sonha em ser plenamente independente e claro, nesse pacote está incluído morar sozinho com direito a festas e muitas bebidas; comigo não é diferente exceto pela bedida. Ter um catinho para chamar de " meu", dormi a hora que quiser, lavar a louça quando der vontade ( ou quando não tiver mais louça limpa no armário), ter aquele cachorro tão felpudinho que a sua mãe não deixou, aah! Morar sozinha seria uma mavarilha e mais.
      - Filha, não esquece de me chamar se algo acontecer!
      Acenei e sorri.
      Mesmo que seja do outro lado da rua de seus pais ( risos).
  O prédio era uma das poucas construções antigas que restaram na cidade, e esse foi o motivo de chamar a minha atenção des de pequena. A cada passo meu coração acelerava mais. A entrada é como os filmes de New York só que.. mais brasileiro. As cores contradizem com o bege do lado de fora, aqui é tudo muito colorido, com dois sofás aparentemente confortáveis em um vermelho vibrante com a mesinha de centro em madeira polída, havia revistas de fofocas sobre ela, fofocas claro.
      - Bom dia, posso ajudar ?
     - Bom dia - a recepcionista parecia ter por mais de vinte quatro anos e tinha um sorriso encantador- eu sou a Sofia Valetin Becher a nova moradora do quinto andar.
     - Ah! Claro, claro no apartamento 204 B ?
     - Isso mesmo.
     Ela abriu uma pequena gaveta e tirou com chaveiro de lá.
     - Aqui está, me chamo Valentina e pode me chamar para o que precisar.
     - Obrigado Valentina. Sorri e peguei as chaves de sua mão.
     O elevador não demorou a chegar. Apertei o botão de numero cinco e aquela maldita música irritante começou a tocar. O corredor era silêncio. Muito silêncioso.
    TOC TOC TOC..
    Esse certamente é o momento em que me arrependo de escolher salto alto para um piso de madeira.    A porta com o número indicado pelo meu contrato ficava no final daquele enorme corredor.        
     Coloquei chave por chave até ouvir o "click". A sala é muito espaçosa e suas paredes eram
brancas, assim como os outros cômodos. Não pude conter um enorme sorriso.
    Depositei minha bolsa no pequeno balcão que separava a cozinha da sala. Ok, eu tenho uma semana para arrumar tudo então vamos lá!
   TRIIIMMMMMM....
   O interfone a cima do balcão toca.
   - Alô? Ah sim,sim claro, ela é minha mãe, ok,ok. Obrigado.
   Suspiro.
   Em poucos segundo minha mãe adentrava porta a dentro.
  - Mããae, eu pedi para a senhora esperar!
   - Desculpa filha, mas você disse que eles vão chegar daqui a duas horas então temos muito trabalho a fazer!
  Sorri.
  - Tudo bem mãe, estava com muitas saudades de você. Me aproximei e depositei um beijo gelado em sua testa. Ela me abraçou forte e eu correspondi.
 - Eu também filha! Depois me conte como foi a viagem ok?
 - Ok!
  Tirei os sapatos e a jaqueta depositando ao lado da bolsa. Mamãe fez o mesmo. Pegamos balde, pano, rodo e vassouras e cada uma foi para um comodo do apartamento. MEU apartamento.

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