Ela acordou para realidade.



   Ela acordou para realidade.

   E aonde estava ele para salvá-la; salvá-la da escuridão, dessa agonia, salvá-la de si mesma.

   Levantou a cabeça a fim de contar as lágrimas e pode observar a lua, esbelta, em meio ao céu azul, nítido. Quem dera, ela também pudesse ver como a lua. Aliás já sabia de cabo a rabo, o sermão que levaria a quem ousasse expor seus sentimentos: não se deve depender de ninguém, somente é verdadeiramente feliz aquele que consegue contentar-se consigo mesmo.

   Para a sociedade ela se enquadrava a essa minima porcentagem; para ela... O vazio era um tanto quanto difícil, sem um amigo que possa ligar no meio da noite depois de um pesadelo, sem ter alguém para dividir o sorvete na sexta noite, sem alguém para lembrar a si mesmo o quanto ela é especial e linda.

  Essa situação a faz pensar, quantas pessoas mundo a fora são felizes ao fechar a porta do quarto? Quantas pessoas tentam preencher esse vazio com colegas ( colegas. Não amigos) roupas, livros... Não se sabe ao certo, mas ela se esforçava para ser especial a alguém que a faça feliz, mesmo que ela sofra, mesmo que se apaixone por outra pessoa e ela tenha que a deixar ir embora. Aliás não é isso que ela vem fazendo todos esses anos?

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